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domingo, 5 de dezembro de 2010

A importância do pai no pré-natal

 

O Dr. Jorge Naufal dá dicas práticas para os homens enfrentarem, e participarem intensamente, do período da gestação.
Hoje não se discute mais a participação do futuro pai no pré-natal da mulher grávida; aliás, diria que é imprescindível e necessário.
É recomendável sempre que possível, acariciar o abdômen da mulher, dizer palavras doces e meigas no sentido de procurar uma comunicação física com o feto que está sendo gerado, transmitindo todo o seu carinho e afeto para o filho que deverá chegar em breve.
Esteja convicto que o feto esta recebendo esta comunicação e emoção transmitida. A parede do abdômen e do útero não são obstáculos para este acesso, pois está provado que o feto percebe sons, temperatura, luz e movimentos que ocorrem na parte externa próxima à parede abdominal da grávida, portanto o diálogo da mãe ou do pai com o futuro bebê é totalmente viável.
Muitos maridos passam a tratar a mulher de maneira muito diferente da habitual, como se a esposa estivesse doente, cercando sua liberdade de movimentação ou expressão.
Recomendamos que o companheiro procure ser carinhoso, atencioso, e, principalmente, mostre atração física e psicológica pela mulher, que muitas vezes se sente fisicamente menos sensual pelo estado gestacional e mudanças de seu corpo. Portanto, carinho e atenção à mulher grávida nunca são demais.
A gestação é instável do início da gravidez até o quarto mês, quando a placenta passa a funcionar plenamente, substituindo o corpo amareIo na produção dos hormônios, e também as vilosidades coriônicas na alimentação do embrião. Até atingir esta fase, é maior a possibilidade de ocorrer o aborto e realmente ele ocorre em vinte por cento das primigestas (primeira gestação) isto significa que, de cada cinco gestantes, uma vem a apresentar aborto.
Nesta fase, devido ao risco maior de sangramento e aborto, a reIação sexual deverá ser delicada, sem grandes movimentos abrutalhados, e sem grandes acrobacias ou mudanças de posições ou, ainda, sem posições esdrúxulas.
A gestação é mais estável do quarto ao sétimo mês, desde que não haja placenta de implantação baixa ou placenta prévia; até o quinto mês, a posição poderá ser tipo "papai-mamãe" (o homem por cima da mulher deitada na horizontal, de barriga para cima). Do quinto mês em diante, a relação deverá ser de lado; isso é válido principalmente após o sétimo mês, devido ao risco de estimulação da contração uterina e, obviamente, de parto prematuro.
O casal deverá deitar-se de lado na cama, um em frente ao outro, em paralelo; assim, não haverá condições de um jogar o peso do corpo, cima do outro, e a penetração do pênis, sendo menos profunda, não permitirá que o membro bata no colo uterino, não estimulando, portanto, a contração uterina. A relação não deve, também, ser muito demorada ou prolongada, pois orgasmos repetidos também estimulam a contração. Além disso, a vagina, estando tumefeita e congesta devido ao aumento da circulação e a repleção venosa, está mais sujeita a irritação, infecção (corrimento) sangramento.
Com todo o cuidado, o casal poderá ter relações até o oitavo mês e meio ou, mesmo, nas proximidades do parto. Após o parto, deverão reiniciar as atividades sexuais após quarenta dias, quando o colo uterino se encontra fechado, o sangramento pós-parto já cessou e o útero já sofreu uma boa involução.
O marido deve ter muita paciência e ser participativo, pois metade do material genético é de sua responsabilidade. A mulher, quando fica grávida, sofre modificações muito grandes na sua estrutura física, mental, psicológica e social - fica mais insegura, mais agressiva, chora com facilidade e, muitas vezes, fica cheia de caprichos e desejos. É fácil entender estes mecanismos e atitudes, pois a mulher é semelhante a toda fêmea prenhe que quer defender a sua futura cria (ou, no caso dos ovíparos, o seu ovo). É como se o resto do universo fosse inimigo e hostil; a agressividade se volta inclusive contra o marido ou os familiares - portanto, é preciso que haja muita paciência, muito diálogo, muita atenção e muito carinho, para não se desestruturar a estabilidade já precária da gestante.
Toda vez que houver condições de o marido atender a um capricho da gestante, deverá fazê-lo, desde que não seja absurdo; neste caso, deverá dialogar com ela e mostrar a impossibilidade da execução do mesmo, e, não, recusar diretamente o pedido.
Também não deverá forçar a relação sexual, pois, na gestação, na grande maioria das vezes, existe uma diminuição da libido - nenhum animal prenhe aceita a cópula; o ser humano é o único que continua a atividade sexual em caso de gravidez. O marido deve ter cuidado para não forçar esta situação, pois daí poderá advir conseqüências graves no relacionamento do casal e a mulher poderá se sentir humilhada, ultrajada ou, mesmo, ter a sensação de ser estuprada. Deve-se procurar, sempre, respeitar este aspecto.
O companheiro deve, sempre, conversar a respeito da gravidez, saber como a gestante se sente, ouvir suas queixas, traçar planos futuros, estimulá-Ia a atividades saudáveis e criativas como leitura, exercícios, etc. Deve participar das massagens recomendadas para o corpo dela e, sempre que possível, em fase mais adiantada da gravidez, ajudá-Ia a se levantar ou fazer serviços para os quais ela se encontre impossibilitada, como carregar muito peso ou abaixar-se demais, poupando-lhe esforços que possam causar dor ou contração uterina.
Quando a gestante estiver sozinha, deverá, ao sair da cama, seguir a seqüência: virar de lado, colocar uma perna para fora da cama em seguida à outra e apoiar a suspensão do corpo, usando o braço de baixo.
É interessante o marido, sempre que possível, acompanhar o trabalho de parto da mulher e, também, estar presente por ocasião do nascimento do bebê, quer seja parto normal, quer seja cesárea, pois, assim, irá valorizar e enaltecer o desempenho e tudo o que a mulher passou no transcorrer da gravidez e da maternidade.
O marido deve, junto com todos os familiares, criar um ambiente calmo, alegre, receptivo e extremamente voltado a todo o apoio e segurança à grávida. Só assim ela terá uma gestação saudável sem percalços.
Dr. Jorge Naufal, médico ginecologista e obstetra, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1964. Foi acadêmico plantonista na Casa Maternal Leonor Mendes de Barros e na Maternidade de São Paulo. Fez residência médica de 3 anos no Dpto. de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, tendo sido professor assistente-voluntário. Foi professor de obstetrícia na Escola de Enfermagem Obstétrica da Universidade de São Paulo; foi fundador do depto. Médico do Instituto Municipal de Previdência de São Bernardo do Campo. Foi fundador e é um dos sócios da Neomater Hospital e Maternidade, localizado em São Bernardo do Campo. É autor do livro "Gravidez - Um Caminho Seguro", já em sua segunda edição.

Sexualidade na gestação e no período pós-parto: o que muda?

A sexualidade feminina começou a ser estudada cientificamente por Freud há cerca de um século, mas diversos aspectos ainda permanecem obscuros.
A vida sexual da mulher pode ser pareada à sua etapa da vida reprodutiva. Nos primeiros anos da infância a menina descobre seu papel feminino e pode estabelecer uma relação edipiana com o pai ou com a figura paterna que exerça sua função; mais tarde, já na adolescência, a sexualidade feminina amadurece e passa a encontrar um foco específico, normalmente o indivíduo-alvo do desejo sexual. Os anos seguintes costumam ser vividos mais intensamente na esfera sexual, o número de parceiros pode variar mais, a mulher passa a reconhecer seus desejos, suas preferências, seus tabus e, fundamentalmente, sua imagem na sociedade e também como mulher-amante. Nessa etapa, se encontrar uma parceria mais fixa e decidir ter um bebê, nova mudança de papéis se seguirá, mas, definitivamente, esta será uma das mudanças mais profundas por que ela passará durante toda sua vida.
A transformação do papel mulher-amante em mãe-mulher-amante não é nada fácil para a imensa maioria das pessoas. Por mulher-amante entendemos uma figura feminina voltada para si e para o seu parceiro; ela tem tempo e grande preocupação em cuidar de si mesma e do outro, pode e quer se arrumar, praticar esportes, vivenciar a moda, curtir programas noturnos, restaurantes... enfim, namorar. A chegada de um bebê – uma avalanche em qualquer família, mesmo sendo a melhor e mais emocionante avalanche do mundo – transforma essa “namorada”, subitamente, na pessoa mais importante e responsável pela nutrição, carinho, crescimento e saúde de um ser que sequer existia até alguns meses atrás, mas, ressaltando novamente, um ‘serzinho’ novo, que não era, até então, o foco do desejo sexual daquela mulher.
A transformação por que passamos durante o período de algumas horas é tão intensa, a mudança de papéis tão dramática, que não raramente nos pegamos, ainda na maternidade, debruçadas ao lado do bercinho, chorando ao olhar aquela criaturinha linda, saudável, perfeita, saída de dentro da nossa barriga! E choramos por tudo, ou quase tudo... Ouvir o bebê chorar nos deixa angustiada, amamentar não é fácil, passar noites e noites acordando a cada hora e meia deixa qualquer uma deprimida. E o que não sentimos quando as pessoas nos olham e falam: você deve estar super feliz, seu bebê é lindo! Sentimo-nos a pior das criaturas, pois não estamos nos sentindo tão felizes assim.
E é justamente nessa realidade que, após a famosa “quarentena” – período de cerca de 30 a 40 dias pós-parto em que não se deve ter relações sexuais – temos que mostrar aos nossos companheiros que a aquela mulher-amante não morreu! Na verdade os parceiros aguardam ansiosamente por esse grande dia, o dia da libertação! Muitos deles estiveram cultivando um jejum sexual desde os últimos meses da gestação, pois poucas mulheres conseguem ter relações normais até o parto, onde encontrem satisfação que sobreponha os incômodos da fase final da gestação. A ansiedade que banha esse momento de reestréia sexual no casal é grande; o marido sonha em reencontrar a esposa-amante, mas ela sabe que esse reencontro não será fácil.
A puérpera – nome dado à mulher que deu à luz recentemente – enfrenta uma redução muito acentuada na libido. Diversos fatores podem explicar tal situação, muitos relacionados aos altos níveis de prolactina, hormônio responsável pela manutenção do aleitamento, mas que também causa secura vaginal e diminuição do desejo sexual. Outros fatores estão relacionados ao cansaço próprio desta fase de grande privação de sono e também ao processo de cicatrização dos procedimentos utilizados no parto, quer tenha sido a episiotomia do parto normal ou a incisão cirúrgica da cesariana. Costumo explicar às pacientes que, a meu ver, a natureza nessa fase é bastante sábia: ela dificulta ao máximo a atividade sexual, reduzindo a libido, promovendo secura vaginal e dor ao ato sexual pela secura extrema, deixando a paciente num grau tão grande de cansaço que, quando ela se deita, só pensa em dormir... tudo isso para evitar que ocorra a relação e, consequentemente, que a mulher engravide novamente. Mas por que tudo isso? Porque se a mãe engravidar agora, o aleitamento será interrompido, já que a gestante poupa seu organismo em benefício do crescimento do embrião. Então, para não engravidar com 100% de segurança, só praticando a abstinência sexual!
E o relacionamento, o casamento, como ficam perante essa situação? É aí que começa o papel “mulher-maravilha”: precisamos ser mães e donas-de-casa em tempo integral, já que a função abençoada não respeita finais de semana ou feriados e funciona 24 horas por dia; somos, grande parte das vezes, profissionais que não querem e nem podem abandonar suas careiras em nome dos pimpolhos (afinal não estudamos e investimos tanto em nós mesmas até hoje para nos limitar a trocar fraldas e dar mamadeiras) e, por fim, somos aquelas mulheres-amantes por quem nossos companheiros se interessaram e decidiram abraçar o projeto bebê. Podemos exercer o papel de mãe automaticamente, por instinto mesmo. Retomar a carreira profissional, às vezes, requer um esforço pessoal razoável – dá uma vontade enorme de encurtar o período laborativo para lamber as crias! E a amante??? Onde está?
Neste momento o papel do ginecologista que acompanhou e acompanha a paciente é de suma importância: explicar tudo o que relatei acima com clareza e disposição para ouvir sua paciente, sugerir algumas mudanças no cotidiano que facilitem a readequação da mulher nesses 3 papéis vitais e, além disso, reconhecer alguns sintomas comuns dessa fase distinguindo a tristeza ou “blues” puerperal normais da famigerada depressão pós-parto.
Encerro essas reflexões realçando que, na Medicina, como em qualquer outra área da saúde, o bom relacionamento médico-paciente é fundamental. Ouvir a paciente, conversar abertamente sobre essas questões e explicar conceitos médico-científicos que estão rodeando questões enfrentadas por todas nós, mulheres, facilitam a passagem por este período turbulento e tornam nossa mãe-mulher-amante-paciente muito mais feliz e realizada.
Dra. Flávia Fairbanks
Graduada pela Faculdade de Medicina da USP, realizou residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da FMUSP, foi médica preceptora da Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. É Pós-graduada em Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP nos setores de Endometriose e Sexualidade Humana.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O desconforto dos primeiros meses





Azia: esse desconforto acompanha algumas mulheres durante a gestação, sendo que algumas só a sentem no início e no fim. Outras porém, sentem o tempo todo.
A azia é o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago e acontece devido à ação de hormônios que “relaxam” a válvula do esôfago. Além disso, o estômago perde um pouco da sua capacidade de armazenamento porque passa a ser pressionado pelo útero em desenvolvimento.
Evite dobrar-se para frente, procurando agachar-se ou deitar-se com um ou dois travesseiros a mais.
Faça pequenas refeições de 2 em 2 horas, de preferência sem beber nada. Nunca deite logo após ter comido.
Nos três primeiros meses de gestação, você pode sentir-se um pouco cansada e desanimada. Além disso, pode sentir mal estar devido aos enjôos. Isso poderá faze-la desinteressar-se por sexo momentaneamente.
Gengivas frágeis: as gengivas podem inchar um pouco ou ficar esponjosas, sangrando com maior facilidade. Ao contrário do que em geral se pensa, os dentes não perdem cálcio durante a gestação. Isso significa que a gravidez não danifica os dentes diretamente, embora aumente o risco de novas cáries, pois em função dos enjôos, muitas mães acabam relaxando com a higiene bucal nos primeiros meses. Por isso, convém ir regularmente ao dentista durante o período de gestação.
A tontura às vezes acontece pela carência de açúcar no sangue. Em geral é causada por jejum prolongado. Tenha sempre com você, frutas, biscoitos integrais e passas. Além disso, evite ambientes fechados, muita roupa e banhos quentes.
Outros fatores de tontura são a pressão baixa e problemas circulatórios. Durante a gestação a pressão arterial, especialmente a chamada mínima, costuma baixar em conseqüência de uma dilatação natural das veias e artérias. Além disso, em várias ocasiões o fluxo de sangue fica comprometido pela pressão do útero sobre algumas veias ou por causa de posturas inadequadas, dificultando a irrigação do cérebro.
Não aplique nenhum creme sobre a barriga antes da ultra-sonografia, pois poderá impedir a boa visualização do feto.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cuidados Importantes


 
Não fume, pois a nicotina atravessa a placenta e prejudica o desenvolvimento do bebê. 
Não beba, sobretudo nos primeiros meses, onde o processo de desenvolvimento é mais delicado.
Nunca tome nenhum medicamento que não seja recomendado por seu médico, por mais inofensivo que "pareça" ser. 
Evite o contato com animais - risco de toxoplasmose. 
Não coma ovos crus ou cozidos ligeiramente – risco de envenenamento por salmonela. 
Evite queijos moles e patês - risco de listeriose. 
Cuidado com elementos químicos encontrados em tintas e conservantes de madeira além de vapores exalados de solventes, tais como produtos de limpeza líquidos e adesivos.
No caso de você já ter tido um aborto anteriormente, ou ter perdido sangue durante a gestação, devem ser evitadas relações sexuais nos primeiros meses. Depois da 12a. semana, as relações podem ser retomadas, mas é sempre recomendável que você se guie pelas orientações de seu médico.

Fique alerta a esses sinais:
Sangramentos: independentemente das características ou da quantidade, avise seu médico imediatamente. Pode ser um aborto espontâneo, ou uma gravidez extra-uterina (na trompa), podendo ocasionar uma hemorragia.
Febre: pode ser causada por uma doença infecciosa perigosa para o feto. Entre em contato com seu médico o mais rápido possível.
Dores no Ventre, Ardência ao Urinar: uma infecção urinária que não é diagnosticada e fica sm tratamento, pode levar a um aborto no início da gestação. Mais para a frente, o risco é de um parto prematuro.

domingo, 7 de novembro de 2010

Devo tomar alguma Vacina?


 


Não é apenas para o bebê que a mãe precisa ficar de olho no calendário de vacinação. A gestante também precisa saber quais vacinas pode, deve ou não deve tomar durante a gestação.
Existem três tipos de vacina: as inativas, que contêm vírus ou bactérias mortas, as toxóides, que contêm outros agentes nocivos, e as “vivas”, que contêm organismos vivos em doses pequenas, bactérias ou vírus.
Normalmente, as vacinas inativas e as toxóides não afetam a criança. Mesmo assim, só podem ser tomadas com a indicação de um médico.
As vacinas vivas ( contra rubéola, sarampo, febre amarela, varicela ou catapora) não devem ser aplicadas durante a gravidez. A presença dos vírus e das bactérias, mesmo em uma dosagem atenuada,  aumentam a probabilidade de malformação do feto e de abortamento.

A única vacina que é pré-indicada para gestantes e deve ser tomada o quanto antes, é a antitetânica. Ela é indicada pela Organização Mundial de Saúde e serve para evitar o tétano quando o cordão umbilical do recém nascido é cortado. Mas essa vacina só deve ser tomada  se a mãe não a tomou nos cinco anos anteriores.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sálario Maternidade

Salário-maternidade é o benefício a que tem direito as seguradas empregada, empregada doméstica, contribuinte individual e facultativa, por ocasião do parto, da adoção ou da guarda judicial para fins de adoção. A Previdência Social não exige carência para conceder esse benefício.
  • a segurada que exerce atividades concomitantes tem direito a um salário-maternidade para cada emprego;
  • a segurada aposentada que permanecer ou retornar à atividade tem direito ao pagamento do salário-maternidade;
  • no caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção, é devido o salário-maternidade, de acordo com a Lei nº 10.421 de 15 de abril de 2002, publicada em 16 de abril de 2002, se a adoção ou o termo de guarda judicial para fins de adoção for igual ou posterior à publicação da Lei;
  • no caso de parto antecipado, o período de carência para as seguradas contribuinte individual e facultativa, será reduzido em número de contribuições equivalentes ao número de meses em que o parto foi antecipado;
  • nos casos em que a criança venha a falecer durante a licença-maternidade, o salário-maternidade não será interrompido;
  • em caso natimorto, o benefício será devido nas mesmas condições e prazos;
  • no caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico, é devido salário-maternidade correspondente a duas semanas, devendo ser requerido na Agência da Previdência Social; 
  • a existência da relação de emprego (empregada e empregada doméstica) ou de contribuições (contribuinte individual e facultativa) é pré-requisito necessário para o direito ao salário-maternidade. 
O auxílio-natalidade, benefício devido aos segurados e seguradas, quando do nascimento de filho(a) deixou de ser concedido desde 29/04/1995.
Quando é devido o salário-maternidade ?
  • a partir do 8º mês de gestação, comprovado através de atestado médico;
  • a partir da data do parto, com apresentação da Certidão de Nascimento;
  • a partir da data do deferimento da medida liminar nos autos de adoção ou da data da lavratura da Certidão de Nascimento do adotado.
Considera-se parto, o nascimento ocorrido a partir da 23ª semana (6° mês) de gestação, inclusive em caso de natimorto.
Que tipo de atestado médico é aceito?
Atestado fornecido por médico:
  • do Sistema Único de Saúde - SUS;
  • do serviço médico da empresa, ou por ela credenciada;
  • particular.
Deverá ser apresentado o Atestado Médico original quando a licença-maternidade ocorrer antes do parto.



terça-feira, 17 de agosto de 2010

As empresas que aderirem ao Programa Empresa Cidadã, que amplia a licença-maternidade de quatro para seis meses, poderão abater os valores dos dois salários pagos às funcionárias do Imposto de Renda. As empresas poderão aderir ao programa a partir da próxima segunda-feira (25). A norma que regulamenta o benefício foi publicada nesta sexta-feira (22).

As funcionárias interessadas em ampliar a licença precisam fazer a solicitação à empresa até um mês após o nascimento do bebê. O benefício vale ainda para as trabalhadoras que fizerem adoções e varia de acordo com a idade da criança adotada.

As empresas que aderirem, desde que estejam na tributação por lucro real, poderão deduzir integralmente os dois salários extras da licença pagos às funcionárias no ajuste anual do Imposto de Renda. O coordenador-geral de Arrecadação e Cobrança da Receita, Marcelo Lins de Albuquerque, explica a norma da Receita.

- É como se fosse uma despesa comum na empresa, o custo entra como dedução na apuração do lucro real [que inclui as 150 mil grandes empresas do país]. Os valores da prorrogação do salário-maternidade pagos pela empresa são abatidos integralmente no ajuste do Imposto de Renda.

História de coragem "a origem da licença por maternidade"

 


História muito gira com descendente de portugueses


A origem da licença de maternidade
 - Por Nuno Guerreiro Josué do blog Rua da Judiaria -
 Num período de dois anos, entre 1913 e 1915, a América seguiu atentamente uma dura batalha judicial que haveria de mudar radicalmente a forma como as mulheres eram encaradas nos locais de trabalho. Uma professora de Nova Iorque fora despedida a 22 de abril de 1913 por estar grávida, com as autoridades escolares a defenderem a demissão com base em “negligência do dever com o propósito de dar à luz”.
 Numa atitude rara para a época, a professora não aceitou a decisão dos seus superiores e levou o caso para tribunal. Dois anos depois, o processo acabaria por instituir as bases de um direito que alastraria por todo o globo: a licença por gravidez. Esta professora, pioneira na luta pelos direitos trabalhistas das mulheres chamava-se Bridget Peixotto e era integrante da comunidade de judeus nova-iorquinos de ascendência portuguesa.
 Bridget casara a 12 de fevereiro de 1912 com Francis Raphael Maduro Peixotto, um corretor de seguros — que, nascido em 1860, era 20 anos mais velho que ela. Quando casou, Bridget Peixotto trabalhava já há 18 anos no sistema de ensino primário nova-iorquino, tendo passado com distinção os exames de promoção aos escalões mais elevados do magistério primário.
 No ano letivo de 1912/1913, Bridget e Francis Maduro Peixotto moravam no número 41 de St. Nichols Terrace, em Manhattan, ela era professora principal da Escola Pública 14, em Thongs Neck, Bronx, auferindo um salário anual de 2.400 dólares (o que daria hoje qualquer coisa como 4.500 dólares mensais ajustados pela inflação).
 Em fevereiro de 1913, Bridget Peixotto adoece gravemente enquanto estava grávida e notifica de imediato as autoridades escolares, tal como obrigava a lei. Na época, no entanto, as professoras não podiam continuar na profissão depois de darem à luz, uma vez que a sociedade não via com bons olhos que uma mulher casada, e mãe de filhos, trabalhasse fora de casa.
 Bridget Peixotto acabou por ser suspensa e logo despedida — enquanto estava ainda no hospital depois de ter sido mãe de Helen Esther Peixotto — por “negligência do dever com o propósito de dar à luz”. Não se dando por vencida, Bridget Peixotto desafia a acusação e a própria idéia de que uma mulher não poderia continuar a ensinar depois de ser mãe. Citada na página 7 da edição de 29/05/1913 do New York Times, ela afirma:
 Contestarei o caso até ao fim. O Conselho Educativo, ao permitir que mulheres casadas ensinem ao mesmo tempo que as proíbe de cumprirem uma função fundamental do casamento, está a agir de forma ilegal. É absolutamente imoral e não será apoiado por nenhum tribunal. Em nenhum lado se pode proclamar a maternidade como uma negligência do dever. É permitido às mulheres casadas ensinarem nas escolas públicas, mas negasse-lhes tempo para que tenham filhos.
 Em primeira instância, a verdade é que o Conselho Educativo manteve a decisão, votando 27 contra 5 em favor da demissão de Bridget Peixotto. É então que ela avança para os tribunais. Depois de ver o processo arrastar-se indefinidamente, com várias decisões judiciais em seu favor, por ordem do Supremo Tribunal, em 1914, Bridget Peixotto faz uma exposição ao Comissário Estadual para a Educação, John Huston Finley, que anos mais tarde seria director do New York Times. Em resposta, Finley dá-lhe razão e escreve: “A Senhora Peixotto foi acusada de negligência do dever, mas não foi declarada culpada de negligência — foi sim declarada culpada de ter dado à luz.”
 Finalmente, em janeiro de 1915, numa decisão histórica, John Finley dá ordens para que Bridget Peixotto seja reabilitada nas suas funções prévias com salário pago por completo. Três anos depois, em 1918, ela torna-se diretora da escola, mantendo-se no magistério primário em Nova Iorque até se aposentar, em 1948, quando atingiu a idade limite de 70 anos.
 Bridget Peixotto faleceu a 10 de abril de 1972, em Nova Iorque, aos 92 anos de idade, deixando um legado invejável. No obituário que lhe dedicou dois dias após o seu falecimento, o New York Times afirmava que ela era “responsável pela institucionalização da licença de parto por todo o país” e pelo mundo: “O seu caso permitiu que milhões de mulheres pudessem tirar uma licença para dar à luz. A decisão motivou também alterações no sistema do setor privado, fazendo com que hoje seja perfeitamente normal que uma mulher possa manter o emprego quando fica grávida.”

Arquivo leite materno, além de auxiliar no desenvolvimento infantil, beneficia também a mãe doadora Começou nesta quarta-feira, 3, a campanha para incentivar a doação de leite materno e aumentar o número de doadoras nos Bancos de Leite do Estado de São Paulo.
Segundo a secretária de Estado da Saúde até o início de dezembro os estoques médios do estado caíram pela metade e a expectativa é que a situação seja agravada até o final do mês devido às férias e festas de final de ano.
Os bancos de leite possuem atualmente, leite humano disponível apenas para atender a demanda de consumo de um mês, quando o ideal é que haja leite materno o suficiente para até quatro meses de utilização.
Os bancos paulistas coletam, em média, 1,5 mil litros de leite por mês, o que é insuficiente para atender à demanda. O ideal seria o dobro dessa quantidade.
As mulheres em período de amamentação podem doar o leite excedente em cerca de 50 bancos especializados no Estado.
Todo leite humano doado passa por um processo de pasteurização, é submetido a controles de qualidade e distribuído aos bebês prematuros e outras crianças que são clinicamente impossibilitados de receber leite do seio materno.
O leite humano, além de auxiliar no desenvolvimento infantil, beneficia também a mãe doadora, que perde peso mais rapidamente, reduz o risco de câncer de mama e ovários e de os