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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Saúde do homem: é preciso conhecer as causas da infertilidade masculina

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Infertilidade não significa a impossibilidade definitiva de ter filhos
As estatísticas mundiais a respeito da infertilidade mostram que mais ou menos 15% dos casais que desejam engravidar apresentam algum tipo de problema que pode levá-los a um diagnóstico de infertilidade. Durante muito tempo, os problemas relacionados à concepção foram atribuídos exclusivamente às mulheres e só recentemente passaram a fazer parte do universo masculino. "Talvez esta seja uma das explicações para a desinformação e o preconceito sobre a infertilidade masculina entre a população", afirma o urologista Ricardo Felts de La Roca.
Depois de 12 meses tentando engravidar sem sucesso, o recomendável é que o casal procure auxílio médico, e a mulher seja examinada pelo ginecologista e o homem, por um urologista. Esta avaliação médica começa com o levantamento da história do casal, onde se pode verificar se o casal mantém relações sexuais regularmente. "Em seguida, no caso do homem, procura-se identificar algum possível problema físico que esteja impossibilitando a gravidez, como dificuldades de ereção e para ejacular, e pede-se um espermograma, para determinar a quantidade e a qualidade dos espermatozóides ejaculados", explica o médico.

Produção inadequada de esperma
O espermograma informa ao urologista o número de espermatozóides que o homem ejacula. "O normal é ter 20 milhões de espermatozóides por mililitro de esperma e que 50% deles sejam móveis, isto é, tenham a capacidade de sair da vagina e chegar à trompa para encontrar o óvulo", explica Ricardo Roca. Vinte milhões não é um número absoluto, muitos homens com número menor de espermatozóides conseguem engravidar uma mulher, se ela for jovem e for fértil. Como depois dos 35 anos, a fertilidade feminina começa a cair, aí, sim, o homem tem de produzir espermatozóides em quantidade e qualidade adequadas, informa o médico.
A primeira causa de infertilidade masculina é a baixa produção ou a produção inadequada de espermatozóides, decorrente de alterações hormonais, varicocele ou processos infecciosos ou inflamatórios, "que podem, uma vez reconhecidos, serem revertidos com tratamento médico adequado", informa o urologista.

Varicocele
O aparecimento da varicocele, varizes que aparecem no cordão espermático, pode atrapalhar a produção dos espermatozóides, pois essas varizes fazem com que a temperatura escrotal e intratesticular aumentem, acarretando alterações na produção dos gametas. "Entretanto, 60% dos portadores da doença não apresentam nenhuma alteração da fertilidade. Os outros 40% , em geral, são inférteis", afirma o médico, que também é assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de Paris V - Hospital de la Pitié-Salpetrière.

Tabagismo
Em relação aos fatores comportamentais que podem comprometer a fertilidade, alguns requerem atenção especial como o tabagismo. "Hoje, 35% dos homens em idade reprodutiva fumam, o que pode influenciar negativamente nas chances de sucesso de uma gravidez", diz o médico. O tabagismo masculino está associado à redução na qualidade do sêmen, incluindo concentração de espermatozóides, motilidade, morfologia e efeito potencial na função espermática, além das alterações nos níveis hormonais. "Costumamos recomendar àqueles indivíduos que apresentam sêmen de qualidade marginal e história de infertilidade, que deixem de fumar para que haja uma melhora da qualidade do sêmen com a interrupção do tabagismo", diz Ricardo Roca.

Uso de drogas e medicamentos
A prática sexual sem o uso de preservativos também é apontada pelo médico como um dos fatores que pode levar à infertilidade, devido às doenças sexualmente transmissíveis. Outro comportamento muito habitual é o uso, muitas vezes, o abuso de álcool e drogas como a maconha, que afetam diretamente o funcionamento dos gametas masculinos. "O uso de anabolizantes também prejudica o funcionamento dos testículos, resultando em uma produção de espermatozóides com baixa capacidade de fecundação. Sua ação é parecida com a da testosterona em doses altas: bloqueia o funcionamento da hipófise e, conseqüentemente, a produção de espermatozóides nos testículos. Em 20% dos casos, esse bloqueio é definitivo, irreversível", avisa o urologista.
Alguns medicamentos usados no tratamento de gastrites, úlceras, hipertensão arterial e infecções por fungos, também podem causar danos à saúde reprodutiva. Há também um medicamento muito usado para combater a queda de cabelo - a finasterida - que provoca diminuição do número de espermatozóides, principalmente naqueles que têm fatores de risco associados, como obesidade e varicocele, por exemplo, mas é um efeito colateral reversível.

Obesidade
"A obesidade e o sobrepeso, bem como as dietas e a prática de exercícios exagerada também contribuem para uma baixa na taxa de fertilidade masculina, pois provocam uma diminuição do número de espermatozóides", explica o médico. O estresse é outro fator relevante. "Nos homens, o estresse causa problemas de impotência, dificuldades de ejaculação e alterações na qualidade dos espermatozóides", explica o médico.

Possibilidades terapêuticas
O primeiro passo para um tratamento bem sucedido e a conseqüente gravidez da parceira é o correto diagnóstico da situação. Muitas causas de infertilidade masculina podem ser tratadas por meio de procedimentos simples como a terapia hormonal ou pequenas cirurgias.
Em outras situações mais complexas é necessária a indicação de inseminação artificial. "As técnicas de reprodução assistida, realizadas em laboratório, em nosso meio, ainda são muito caras, mas em centros universitários já é possível contar com departamentos especializados e capacitados para oferecer estes procedimentos para os pacientes com menor renda", afirma o urologista.

Ricardo Felts de La Roca
O urologista dirige a Clínica e Cirurgia Urológica Dr. Ricardo Felts de La Roca. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia, Mestre em Cirurgia Geral pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O médico também é assistente estrangeiro da Faculdade de Medicina de Paris V - Hospital de la Pitié-Salpetrière, fellow do Colégio Internacional dos Cirurgiões e Membro Correspondente da Associação Americana de Urologia e da Associação Francesa de Urologia.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tomei pílula por muitos anos. Isso prejudica minhas chances de engravidar?

Escrito para o BabyCenter Brasil
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Não há provas científicas de que o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais interfira na fertilidade da mulher. Antigamente, os médicos sugeriam que se fizessem "intervalos" sem a pílula de tempos em tempos, mas hoje em dia a recomendação não existe mais. 


Na verdade, a pílula anticoncepcional pode até proteger seu sistema reprodutivo. O uso da pílula por anos a fio reduz significativamente os sintomas da endometriose, uma doença que provoca o acúmulo de sangue da menstruação nos órgãos reprodutivos e até em outros órgãos do abdome, e que é uma das grandes vilãs dos problemas de fertilidade. 



Os dados mostram também que a pílula tem efeito protetor contra o câncer de ovário e de útero. Além disso, usuárias de pílula anticoncepcional correm menos risco de ter uma gravidez ectópica (quando o embrião começa a se desenvolver no lugar errado, fora do útero). 



Lembre-se de que métodos anticoncepcionais com hormônios, como a pílula, só devem ser usados sob orientação médica, porque, assim como qualquer outro medicamento, tem efeitos colaterais. 



A verdade é que o uso da pílula anticoncepcional dá uma falsa sensação de controle à mulher: como ela é eficiente para evitar a gravidez, na hora em que a mulher decide parar de tomá-la, quer já engravidar logo, nos primeiros meses. 



Mas não é bem assim. Na maioria dos casos a gravidez não é tão imediata, mesmo para quem nunca tomou pílula na vida. Se você resolveu parar de tomar a pílula para engravidar, o ideal é que espere pelo menos um ciclo menstrual natural, para ver se tudo volta a funcionar direitinho. 



Não há nenhum problema em engravidar logo no primeiro mês sem a pílula, mas é melhor esperar no mínimo a primeira menstruação para que você possa contar a gravidez com mais certeza. 



É bem normal que a menstruação atrase um pouco no primeiro mês. Se você já estiver tentando, a ansiedade vai ser grande, e você certamente vai se decepcionar com o atraso, achando que já está grávida. 



Algumas mulheres ficam alguns meses sem menstruar depois de tomar anticoncepcional, na chamada amenorreia pós-pílula, mas na maioria dos casos a causa é outra, como o estresse ou estar muito abaixo do peso. 



Caso esteja pensando em parar de tomar a pílula nos próximos meses, já pode começar a preparar seu corpo para uma gravidez saudável, e a tomar ácido fólico desde já.